Salar de Uyuni - Bolívia

Gostamos de alternar os destinos de nossas férias entre locais pacatos, para descansar, e locais para nos aventurarmos. Entre belezas naturais e/ou civilizações com novas culturas ou conteúdo históricos interessantes. Muitas vezes, por aqui pelo Brasil e, quando podemos, desbravamos para mais longe, para conhecermos as maravilhas deste mundão. 

Nas férias de janeiro deste ano, escolhemos conhecer o Salar de Uyuni, na Bolívia. Um lugar único, especial que ficará, com certeza, entre as melhores lembranças de nossas viagens em família! A opção por ir em janeiro foi por esse ser o período de chuvas. Mas... chuva?! Isso mesmo, pois são as chuvas que propiciam a formação de uma lâmina de água sobre o Salar fazendo com que ele se transforme em um gigantesco espelho natural, um verdadeiro espetáculo!

Começamos o passeio por La Paz (3.640 m de altitude), para conhecer um pouco desta cidade, da sua cultura e para a aclimatação com a altitude. Isso é super importante. A diferença de altitude para o nosso país é enorme e o corpo sente muito. Quanto maior o nível de altitude, menor a quantidade de oxigênio disponível na atmosfera. Quando partimos para locais com altitudes muito mais elevadas, independente da nossa condição física, de ser um atleta ou não, precisamos de um tempo para o nosso corpo adaptar ao nível mais baixo de oxigênio a fim de prevenir desconfortos como náuseas, dores de cabeça, cansaço ou consequências ainda mais graves. O ideal é que os 2 primeiros dias sejam de passeios bem leves que não exijam muito esforço físico. 

Por isso no primeiro dia, chegamos no meio da tarde, e fomos direto para o hotel descansar. O hotel que hospedamos, o Anami é, na verdade, uma casa, construída em 1920, restaurada em 2016, no bairro Sopocachi. Esse é um bairro bem localizado, que já foi lar de grandes personalidades de La Paz, e hoje possui excelentes opções de restaurantes e pubs.

No dia seguinte, resolvemos contratar, pela manhã, uma guia local para conhecermos os principais pontos da cidade e sua histórias. A nossa guia, Cari, foi excelente! Nos deu diversas explicações e nos contou muitas histórias tanto em inglês, como em espanhol, numa troca rápida e com ótima fluência entre os dois idiomas. Em pouco tempo fomos conquistados pelo carisma do povo e sua rica cultura que sobrepõe ao cenário de pobreza e ao trânsito caótico, praticamente sem semáforos e sinalizações, mas que a população já está acostumada e se entende bem em meio a esse caos. Os carros e os ônibus coletivos da cidade parecem nos transportar no tempo para uma época bem antiga.

Começamos o tour em frente a Igreja de São Francisco, situada na praça de mesmo nome e seguimos depois para o Mercado das Bruxas, o Mercado Rodriguez, a prisão San Pedro e a praça Pedro Murillo, onde localiza-se a sede do governo federal. Só para contextualizar, La Paz é a sede do governo da Bolívia, cuja capital oficial é a cidade de Sucre. 

A Igreja de São Francisco se destaca por ter em sua fachada alguns símbolos e divindades pertencentes às crenças dos nativos indígenas, como PachaMama, deusa cultuada por eles, também conhecida como “Mãe Terra”.

Uma das atrações de La Paz é o Mercado das Bruxas, localizado no centro da cidade. Por lá se misturam turistas e moradores locais em busca de mercadorias que variam desde objetos místicos para rituais de boa sorte, proteção, prosperidade, amor e outros benefícios, até remédios, plantas medicinais, roupas, tapetes, artesanatos, souvenires, jóias entre muitas outras coisas.

Um ritual muito praticado pelos nativos são as cerimônias de oferenda a Pachamama, Deusa da Terra, Fertilidade e Prosperidade, a fim de agradecer ou pedir alguma conquista ou proteção. A oferenda mais conhecida é um cesto contendo um feto de lhama mumificado juntamente a alguns objetos que simbolizem seus desejos, além de agrados à Deusa, como doces, folhas de coca, velas e um pouco de bebida alcoólica derramada. Os fetos de Lhama devem ser originários de abortos naturais. O cesto é então queimado ou enterrado durante o ritual. Todos os itens da oferenda, inclusive o feto de lhama, podem ser encontrados facilmente no Mercado das Bruxas. 

Almoçamos neste restaurante localizado na região do Mercado das Bruxas, o Angelo Colonial, que estava na nossa lista de recomendações pesquisadas, e nele experimentamos a carne de Lhama. A carne de Lhama é considerada mais saudável em comparação às demais carnes vermelhas por possuir um alto nível de proteína e baixo nível de colesterol. Além disso, a achamos mais macia e saborosa que a carne bovina. Os pratos com Quinoa ou Quinua, um grão super rico típico da região, estão sempre presentes nos cardápios e são uma deliciosa opção.

A decoração com objetos antigos é uma constante em La Paz. 

Vista da janela do restaurante

Depois do almoço, visitamos o Museu da Coca que é na mesma região. Este museu é uma mostra interessante sobre a história da folha de coca, desde a civilização inca que já a usava para aliviar os desconfortos causados pela elevada altitude da região, bem como para propósitos místicos e religiosos, passando pela primeira vez em que a cocaína foi extraída e a grande contribuição desta descoberta para a medicina, por suas propriedades anestésicas, até quando seu extrato passou a ser usado na sintetização de uma droga a fim de causar euforia e energia. Para os nativos é muito importante mostrar a diferença entre os benefícios da folha de coca, em sua forma natural e os problemas decorrentes do uso da cocaína, como droga. Até Freud está nesta curiosa história!

No andar acima do museu há uma pequena lanchonete onde se pode comer ou beber alguns produtos alimentícios, como chás, balas, bolos, entre outros, que possuem como ingrediente a folha de coca, a qual é também uma fonte importante de vitaminas e minerais, particularmente fósforo e complexo de vitamina B. Experimentamos o bolo de laranja, que estava uma delícia, e compramos algumas balas para comer durante o restante da viagem.

No dia seguinte partimos para Uyuni e o Salar já começou a nos encantar do avião!

Vista aérea da pequena cidade de Uyuni, que mais parece uma cidadezinha dos antigos filmes de faroeste, onde ficamos hospedados por uma noite no hotel Jardines de Uyuni.

Na manhã do dia seguinte, partimos para o nosso tão esperado passeio: um tour de 3 dias por paisagens incríveis! De Uyuni até próximo a divisão com o Chile para, então, retornarmos a Uyuni. A primeira parada foi no Cemitério de Trens que nada mais é do que trens e vagões do séc. XIX abandonados ao ar livre após o fim das atividades ferroviárias desta região. Ficamos pouquíssimo tempo aí, apenas para algumas fotos, pois estávamos ansiosos para chegar ao salar antes da chuva prevista.

Próxima parada foi em Colchani para ver um pouco do artesanato local e depois o Museu do Sal. O Museu é uma instalação muito simples com informações sobre a região e a extração do sal.

Finalmente seguimos para o salar. O Salar de Uyuni (3.500 m de altitude), com seus mais de 10 mil quilômetros quadrados, localizado em meio ao Altiplano Andino da Bolívia, é considerado o maior salar do mundo. É rico em minerais como magnésio, sódio, potássio e lítio, sendo que a exploração deste último é a grande promessa para a melhora da economia Boliviana, apesar das muitas dificuldades e problemas que envolverá esta extração, como o equilíbrio entre o ganho econômico e a preservação desta natureza tão única e bela.

A previsão para o dia era de chuva e estávamos um pouco apreensivos com isso, pois se chovesse atrapalharia o nosso passeio tão esperado. Mas, a chuva que estava a caminho acabou por trazer um espetáculo à parte: um paredão lindo, de azul intenso abraçando o deserto. Ela só veio a cair no final da tarde. Ficamos tristes porque perdemos uma das visões mais belas que o salar oferece nesta época: o pôr do sol espelhado no salar. No entanto, isso acabou sendo uma sorte e mais para frente vocês irão saber por quê! 

O carro todo respingado de sal.

Daqueles almoços inesquecíveis!

Estou sempre por trás da câmera, mas de vez em quando apareço nas fotos, rsrsrs.

Vimos um lindo círculo, semelhante a um arco-íris, se formar ao redor do sol. Esse fenômeno óptico, conhecido como Halo Solar, acontece quando a luz do sol sofre dispersão ao passar por cristais de gelo presentes na atmosfera. O formato circular ocorre devido a estrutura hexagonal desses cristais.

Naquela imensidão branca existe o Monumento Rally Dakar, todo construído de sal, em homenagem ao Rally Dakar que passa por vezes nesta região. E próximo a ele há também o Monumento das Bandeiras, uma base em forma de estrela, feita de sal, repleta de bandeiras deixadas pelos visitantes dos mais diversos países.

Continuamos o trajeto pelo salar e avistamos no caminho vários montinhos de sal extraídos pela população. Eles permanecem assim por alguns dias para a secagem e, então, são transportados para Colchani para serem processados. 

Esse é o local onde veríamos o pôr do sol, mas em poucos minutos, após estacionarmos, uma tempestade iniciou e seguimos para o hotel.

Uma das atrações desta região são os hotéis todo construído com blocos de sal. Ficamos hospedados no Luna Salada Hotel. Como chegamos um pouco antes do previsto devido a chuva, aproveitamos para desfrutar e explorar um pouco essa curiosa e bela hospedagem.

Os livros sempre nos acompanham em viagens. São ótimas distrações nos momentos de descanso e ajudam muito a passar a hora nas esperas em aeroportos e nos tempos de voo. Ainda gostamos de ler o exemplar em papel, apesar do peso que acrescentam a bagagem. 

No dia seguinte partimos para novas e surpreendentes paisagens. A primeira parada foi no Vale das Rochas. Esse é um vale enorme cheio de verdadeiras esculturas naturais provenientes de erupções vulcânicas que muitas vezes parecem desafiar a gravidade. 

Avistamos lhamas durante grande parte do trajeto. Esses animais, da família dos camelídeos, são bastante resistentes podendo sobreviver em locais com ecasses de água. São domesticados para o aproveitamento principalmente de sua lã e carne. Quando se sentem ameaçadas podem cuspir uma saliva fétida e viscosa para se defenderem. Elas também cospem para demonstrar dominância ou manter a ordem em seu grupo.

Seguimos agora por um trajeto que passa por várias lagoas de água salgada. A primeira pela qual passamos é a Laguna Cañapa onde pudemos apreciar os flamingos. Hoje há uma maior preocupação com a preservação e em todas as lagoas existe um limite permitido para a aproximação que muitos turistas não respeitam. Nesta lagoa, a distância mínima permitida para a aproximação é essa, onde a minha filha se sentou. 

É comum aparecer neste caminho o Zorro Culpeo ou Raposa Andina. Mas... não é tão legal assim, porque, na verdade, eles vêm em busca de alimentos que alguns turistas oferecem, o que é proibido, afinal são animais selvagens e é como devem ser preservados! Dá até dó a maneira como observam as janelas dos carros com olhinhos pidões!

Laguna Hedionda. Dizem que o nome se refere ao cheiro das águas que é um pouco desagradável devido a presença de enxofre.

Laguna Chiarkota

Laguna Honda

Seguimos, então, por uma extensa área de deserto em direção a nossa próxima parada.

Mas, sempre há alguns percalços! O pneu furou atrapalhando o sono das meninas!

Desfrutar um pouquinho desta paisagem enquanto tudo se resolvia não foi nada mau!

Esse é mais um animal que vimos em nosso caminho, a Vizcacha. Parece um coelho, mas são roedores da família das chinchilas.

Não tem como não se impressionar com esta vista e estas cores!

Esse é o Hotel Tayka del Desierto, Ojo de Perdiz, onde pernoitamos. Localizado no meio do deserto de Siloli, parece mais uma estação espacial de Marte, como dos filmes americanos. Vale ressaltar que a alimentação elétrica deste local é por gerador, que é desligado durante à noite a partir das 22 horas. Então, se quiser um bom banho quente e carregar baterias, fique atento ao horário.

O Árbol de Piedra é uma das atrações mais famosas do deseto de Siloli: uma rocha, em forma de árvore, que foi esculpida naturalmente pelos fortes ventos da região.

Aqui as meninas pararam um pouquinho para empilhar pedras. Pedrinhas empilhadas são comuns de serem vistas em várias partes do mundo e despertam curiosidade. Dizem ser uma prática muito antiga. Em cada região, essa prática possui um significado. No Altiplano Andino, esses empilhamentos em forma cônica de pedras são conhecidos como Apachetas, e podem ser construídos por duas finalidades: demarcar caminhos no deserto ou, por motivos religiosos, para pedir ou agradecer algo a Pachamama.

Em outras culturas, as pedrinhas isoladas representam a durabilidade, a permanência, aquilo que pode ser passado por várias gerações. Já o empilhamento, com toda a sua fragilidade, representa a nossa busca constante pelo equilíbrio em meio a essa nossa vida tão vulnerável. O equilíbrio não é fácil e exige concentração e boa decisão nas escolhas, por isso o empilhamento das pedrinhas tem sido muito usado também como prática de meditação. 

Vicunhas - outro camelídeo típico da região.

Chegamos em um dos lugares mais lindos da região: a Laguna Colorada (4.278 m de altitude). Um cenário incrível, de diversos tons. Sua tonalidade pode ir do vermelho ao roxo, de acordo com a temperatura, a incidência do sol e dos ventos. A beleza é tão impressionante que observamos ser capaz de tirar um suspiro de deslumbre de cada um dos visitantes que lá chegavam. E olha que não a pegamos no tom mais avermelhado que dizem torná-la extraordinária, pois chegamos no início da manhã. 

O tom avermelhado se dá pela existência de uma grande concentração de algas minúsculas que produzem caroteno, um pigmento orgânico, como proteção à clorofila ao excesso de luz. Por isso o tom avermelhado é mais fácil de ser visualizado nos horários de calor mais intenso, normalmente entre 11 e 15 h.

Obs: aqueles inúmeros "pontinhos" brancos são flamingos espelhados na água.

Apesar de não a termos visto completamente vermelha, conseguimos vê-la em seus mais diversos tons. Cores que são ainda mais realçadas pelo contraste com o branco das ilhas de bórax que lá existem e que, ao longe, parecem neve. A neblina presente em algumas áreas tornou o cenário mais encantador.

Gêiser Sol de Mañana (4.890 m de altitude) 

De manhã bem cedinho é a hora que os gêiseres emitem as mais altas colunas de vapores de água devido ao maior contraste entre a temperatura da água, super quente, e a do ambiente, super fria. Não chegamos tão cedinho assim, mas ainda estava frio e os gêiseres continuavam bem ativos, proporcionando-nos esse belo espetáculo. 

Águas Termais de Polques - Essa é uma pequena piscina de águas termais com temperatura em torno de 30°C, com vista para a Laguna Salada. Para quem quiser aproveitar esse banho relaxante não pode esquecer de levar uma roupa de banho e toalha. Para usufruir da piscina, é cobrada uma pequena taxa que também dará acesso ao vestiário para a troca de roupa. Só uma observação: no vestiário não há banheiro. Os banheiros estão em outra locação próxima e também são pagos, mas para quem comprar o ticket para as termas o acesso ao banheiro está incluso. Aliás, todos os banheiros disponíveis no trajeto desta viagem cobram uma taxa para serem utilizados. 

Aqui pode-se ver toda a estrutura do local. A casa amarela menor é o vestiário, já a maior, localizada mais acima, é o restaurante e o banheiro está atrás dele.

Próximo à fonteira com o Chile, aos pés do vulcão Licancabur, encontra-se a Laguna Verde. Esse lago salgado e sem vida possui em sua composição uma grande quantidade de minerais de magnésio, carbonatos de cálcio, chumbo e arsênio, que lhe conferem a sua coloração. Mas ela não é sempre verde esmeralda, pois sua tonalidade pode variar de acordo com a direção do vento e da luz do sol. Nós, por exemplo, só vimos o tom esmeralda aparecer no final da nossa visita, quando o vento mudou de direção.

Deserto de Dalí, que recebe este nome por ser muito parecido com as paisagens que aparecem em algumas das obras do pintor surrealista Salvador Dalí. É uma área protegida e não se pode caminhar por ela. 

Agora seguimos direto de volta a Uyuni, apenas apreciando a vista e torcendo para ainda dar tempo de pegar o pôr do sol no salar. Essas são mais algumas das belas paisagens que vimos pelo caminho.

Apesar de termos avistado no caminho alguns pontos de chuva, o tempo estava ótimo. Assim que chegamos no Hotel de Sal Casa Andina, já no finalzinho da tarde, perguntamos ao recepcionista se ele conseguiria alguém para nos levar ao salar a tempo de ver o pôr do sol. Afinal, não queríamos ir embora sem ter presenciado um dos momentos de maior beleza do Salar de Uyuni. E ele respondeu não só que sim, mas que estávamos com sorte. Desde que chegamos a Uyuni, a lua estava em sua fase cheia. Dessa forma, a sua luz ofuscaria o brilho das estrelas, o que atrapalharia um outro passeio que essa região oferece: o de observação do céu estrelado. Mas a surpresa foi que na madrugada dessa nossa última noite haveria um eclipse total que tornaria mais esse passeio viável. Mesmo cansados, fizemos felizes os dois programas: o do pôr do sol até o anoitecer, e depois, de madrugada, o retorno para ver o eclipse e as estrelas.

Quase não dormimos, e pela manhã, bem cedinho, pegamos o voo de volta a La Paz.

Aproveitamos a tarde para andar em algumas linhas do Mi Teleférico, um transporte público feito por teleféricos que oferece uma ótima visão da cidade. O sistema de teleféricos é muito bem feito, as linhas são todas integradas, as estações são excelentes e garante um fácil deslocamento de La Paz à populosa cidade metropolitana de El Alto, que fica a 4.500 m de altitude, longe do caos dos engarrafamentos e das estridentes buzinas. 

Vista de La Paz por El Alto. Dá uma ótima visão do vale onde se localiza La Paz.

As cordilheiras que cercam a cidade são imponentes.

No último dia, fizemos 2 passeios. Pela manhã, partimos para Chacaltaya, um pico a 5.421 m de altitude onde se localizava a mais alta estação de esqui do mundo. Ela foi desativada há mais ou menos uma década pela falta de neve, devido ao aquecimento global, que levou ao desaparecimento do glaciar que lá existia. Em pensar que havia neve o ano inteiro e que a melhor época para esquiar era justamente a que estávamos lá... E agora, praticamente sem neve. Chacaltaya ainda é um ponto turístico pela bela vista que oferece.

Só não sabíamos que iria ser uma super aventura. Subimos a montanha por uma estrada cheia de curvas, super estreita (largura para apenas um carro), à beira de um precipício chacoalhando dentro de uma van bem duvidosa, na qual havia alguns assentos sem cinto de segurança e com encostos que cobriam apenas a metade de nossas costas! Conselho: se forem até lá confiram o transporte que irá levá-los!

A vista é realmente incrível! O carro nos leva até a base da antiga estação de esqui. Essa construção abandonada, que fazia parte da estação de esqui aí na foto, me lembrou muito a casinha que voa com balões na animação "UP - Altas Aventuras" da Disney - Pixar.

Ainda há um último trecho para subir à pé. Apesar de termos deixado esse passeio para o último dia da viagem, por ser o lugar mais alto, eu e minha filha mais velha não conseguimos subir. O ar nos faltava! Tentamos por 3 vezes e desistimos. A minha caçula quase completou o trajeto, e meu marido foi o único de nós a ir até o topo e avistar bem ao longe o lago Titicaca, na divisa com o Peru.

Vimos apenas pontinhos de neve e pedras parecendo cascalho. Quando estávamos indo embora nevou um pouquinho.

À tarde, seguimos para o Vale da Lua que fica bem próximo ao centro de La Paz. Sua atração são as curiosas e bem peculiares formações rochosas que formam um verdadeiro labirinto de intrigantes torres. Os guias contam que o vale recebeu esse nome após ser visitado pelo astronauta Neil Armstrong, que comparou o local ao que ele viu na superfície da lua. Mas... se é verdade... 

A van que nos levou a estes 2 últimos passeios nos deixou de volta próximo a praça São Francisco. O casal paulista que conhecemos neste dia nos convenceu a provar o fruto do cactos, típico desta época, conhecido na região como Tuna e vendido em carrinhos de mão pelas ruas do centro de La Paz. 

Achei gostosa, mas nem todos gostaram. Não é uma fruta muito suculenta. Seu sabor e textura lembram muito ao da nossa goiaba branca.

E para despedir assistimos um pouquinho desta apresentação típica que estava acontecendo na praça.

A Bolívia pode ainda não contar com tantas infraestruturas como o seu vizinho Chile, mas nada que faça por desmerecer deixar de conhecê-la, principalmente por suas paisagens naturais incríveis, únicas e impactantes.

O tour de 3 dias que fizemos foi com a empresa Ruta Verde, que conta com uma boa rede de apoios, além de levarem no carro oxigênio, para caso alguém se sinta mal devido à altitude, e rádio satélite, para alguma eventualidade. Isso é muito importante, pois grande parte do trajeto passa por áreas inóspitas, sem estradas definidas, onde não se pode brincar, pois a natureza é deslumbrante, mas se não tivermos os devidos cuidados, pode representar risco de vida.

O veículo 4X4 que oferecem é muito confortável, e como o trajeto é longo, vale à pena levar isto em consideração. Quando estivemos no Jalapão, aqui no Brasil, fizemos o passeio em um 4X4 beeem desconfortável que sacolejava demais, e aí vimos a importância de prestar atenção também nesse detalhe.

Há a possibilidade de contratar um guia para acompanhar durante a viagem, mas não fizemos esta opção.

O almoço, nos 3 dias, foi levado já pronto pelo motorista, que o buscava antes de iniciar a trajetória do dia em algum de seus locais de apoio. Uma comida caseira, simples, mas gostosa. Incluía como bebida água e refrigerante, e como sobremesa, alguma fruta. O café da manhã e o jantar eram realizados nos hotéis onde hospedávamos.

Dicas de alguns restaurantes que gostamos em La Paz:

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